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Investigações coorporativas Sobre o Nuix

Nuix: o software por detrás da maior filtragem da História

Entrevista sobre o Nuix na emissora de informação empresarial e económica Radio Capital, com o motivo do uso deste software na investigação dos Panamá papers.

A Radio Capital entrou em contacto com a Ondata para saber mais sobre o Nuix, a tecnologia que perimitiu  investigar uma prodigiosa quantidade  de dados no conhecido escândalo de  filtragem de documentos de um importante escritório panamenho.

A gravação do programa pode-se ouvir neste link.

PanamaPapers

A continuación se incluye la transcripción de la entrevista.

P.- Javier López é Forensics and Security Manager na Ondata International, muito boa tarde.

Se não me engano a sua empresa utiliza este software, Poderia explicar-nos como funciona, como poderia ter sido utilizado no caso dos Panamá Papers?

R.- Efectivamente nós, e muitas outras empresas, utilizamos o Nuix, é um programa de descoberta electrónica de dados e de investigação forense. Basicamente tem um motor de indexação muito rápido. Este motor permite-nos  processar os dados que tenhamos introduzido em Nuix para criar uma base de dados na qual podemos fazer consultas, tanto sobre os metadados dos arquivos que tenhamos introduzido como sobre o conteúdo, quer sejam correios electrónicos, documentos ou arquivos do sistema. Permite fazer uma clara diferenciação entre todos estes tipos de arquivos e uma extração e identificação de todos eles.

No caso dos Panamá Papers, a informação que há disponível é que também usou uma ferramenta de que dispõe o Nuix que é o reconhecimento óptico de caractéres, com a qual o Nuix é capaz de identificar aqueles documentos que tenham potencialmente texto no seu interior mesmo que não sejam reconhecidos como documentos de texto, como pode ser qualquer documento escaneado. Quando escaneamos um documento realmente o que temos guardado é um documento de imagem, mesmo que seja um contrato ou uma factura, mas o Nuix é capaz de reconhecer que este documento tem texto no seu interior e extrai de forma automática todo o texto possível, reconhecível dentro do documento, e permite-nos posteriormente fazer buscas, procurar relações,  até à profundidade que necessitemos alcançar na investigação.

P.- Desde o escritório panamenho Mossack Fonseca asseguram que isto foi um  ataque hacker, que não houve nenhuma filtragem de dentro, mas mesmo assim alguns especialistas em segurança informática que consultamos desde a Capital Radio asseguram que uma quantidade tão grande de informação –temos 2,6 Terabytes nas informações oficiais– dizem que é impossível que se tenha podido hackear desde dentro, que devía de haver alguma porta aberta, no mínimo, desde dentro. E hoje, precisamente a BBC assegura que foi uma pessoa de dentro do escritório quem deu acesso a toda esta informação. Qual a sua opinião?

R.- Bom, como opinião pessoal efectivamente parece que isto pode ter sido assim, não obstante nós não temos nenhuma informação a este respeito mais do que a que existe no dominio público, então não podemos ir muito mais além do que a opinião pessoal.

P.- Mas como especialista informático, Creem que é possível acceder a toda esta informação desde fora mediante um ataque hacker ou não?

R.- Não conhecemos as medidas de segurança que tinha este escritório de advogados então a resposta podia ser um pouco ambigua. Possível é, quando todos os dias se efectuam ataques a diferentes coorporações mas neste caso em concreto não podemos saber.

P.- Usar este tipo de software como Nuix, É ilegal, usá-lo sem permissão?

R.- Bom isso depende do alcance que a investigação tenha e as permissões que tenha o investigador sobre a informação que está a manejar. Realmente o Nuix o único que faz é, com os dados que a pessoa tem, indexa-los para fazer buscas; mas partimos da base de que o investigador ou a empresa tem esses dados de forma lícita e tem permissão lícita para investiga-los. O Nuix não vai facilitar,  fazer nada que não seja legal. É como qualquer outra ferramenta, não está relacionada com este caso de hacker, mas sómente com o processamento dos dados e poder fazer buscas na informação de uma forma muito mais rápida.

P.-   É uma ferramenta portanto que se utiliza para obter, para indexar, para gerir uma grande quantidade de dados que previamente tenham  sido obtidos de uma forma ou outra pela pessoa que tenha sido concedida a ferramenta.

R.- Efectivamente.

P.- é utilizada, como dizia antes por muitissimas pessoas, empresas e também  Serviços de diferentes países como os Estados Unidos, grandes organismos internacionais além de outros governos. Como podem usar as administrações este tipo de ferramentas, para que poderiam servir?   

R.- Nós, com as empresas que trabalhamos, pode desde logo servir para gerir a informação – existem alturas em que se tem muita informação dispersa pelas empresas e não se sabe nem de que tipo, nem de que ano, se está desfasada, se temos que a ter pelo cumprimento de normas– ou simplesmente como processos de descoberta electrónica de informação para realizar investigações como foi neste caso dos Panamá Papers, para poder aceder à informação de uma forma muito mais rápida. Em qualquer caso, cobre desde o descobrimento electrónico de Big Data até poder realizar uma análise forense de um dispositivo da forma mais profunda possível.

P.- Javier, existe algum elemento mais que queira destacar desta tecnología, deste software?

R.- Simplesmente destacar que este software é cada vez mais utilizado, destaca-se por ser um dos mais rápidos que há actualmente e dos mais fáceis de usar para resolver um caso rápidamente.

P.- Javier López, Forensics and Security Manager na Ondata International, muito obrigada por nos acompanhar nesta informação detalhada.

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